Botelho diz que sabia de fraude e admite que errou ao manter contrato no Detran

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) Eduardo Botelho (PSB) admitiu que sabia de irregularidades ocorridas dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e que errou ao não ter deixado de fazer parte do contrato em que a empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda. assumia o serviço de gravame da autarquia e onde ele atuava como investidor.

Segundo ele, as fraudes começaram a ocorrer quando Silval Barbosa assumiu o governo, em 2011, contrariando o que afirma o delator e ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o Dóia, que contou ao Ministério Público Estadual (MPE) que o esquema de propina existia desde meados de 2009, quando foi firmado o contrato, beneficiando Silval Barbosa e o deputado estadual Mauro Savi.

“Onde começou a ter algo de ilegal foi na entrada do governo Silval, em 2011, houve uma pressão muito grande e parte dessa empresa foi passada para um representante do Silval, como está na delação do Toninho [Barbosa]. É verdade isso e não tem nem como negar, está no contrato social”, disse Eduardo Botelho em coletiva de imprensa, concedida na tarde desta terça-feira (20), na Assembleia Legislativa.

A pressão, conforme o parlamentar, começou quando o empresário Wanderlei Torres, dono da Trimec e seu filho entraram no negócio, indicados por Silval. Ele tinha conhecimento ainda que havia um repasse de 30% que, conforme consta na denúncia do MPE, era o percentual de propina recebida pelos beneficiários.

“Eu comecei a sentir mal com isso e, em final de 2011, eu comecei a discutir a minha saída da empresa, culminando que em julho de 2012 eu realmente saí porque eu não estava sentindo bem, sabia que estava errado isso”, relatou. “Infelizmente, eu demorei pra sair, tinha que ter saído naquele momento, foi um erro que eu cometi na minha vida. Reconheço esse erro que vem me atormentando”, lamentou Botelho.

Questionado sobre o fato de ter sido considerado como um dos líderes do esquema criminoso pelo MPE, o deputado estadual classificou a acusação como “infundada”. “Tanto que se ver a delação o Dóia ele fala em várias reuniões e em nenhuma ele cita eu. Eu nunca participei de reunião com o Dóia, nunca participei de conversa com o Silval, nunca participei de reunião nenhuma. Então, eu não posso ser acusado de ser líder de uma coisa que eu não fui e o Dóia, se ele falar a verdade, ele vai dizer nunca tratei desse assunto com o Botelho”, se defendeu.

VIA GAZETA DIGITAL 

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